No Diário de Notícias de 22/05/2007: "E se as provas de aferição, que não contam para a nota dos alunos, pudessem tornar-se num instrumento para avaliar e classificar o trabalho individual dos professores? A possibilidade nunca foi anunciada pelo Ministério da Educação, mas há quem receie que esse seja também um dos objectivos presentes no novo formato dos testes, em que todos os estudantes são classificados individualmente.
"Se os resultados não forem divulgados antes do início da aulas, em Setembro, não terá muita importância para o acompanhamento dos alunos se as provas são universais ou por amostra", diz Paulo Feytor Pinto, da Associação de Professores de Português. "Uma importância poderia ser a avaliação dos professores com base nas notas dos alunos. Essa é uma das possíveis justificações para as provas serem universais", considera o docente.
"Não sei se isso vai acontecer ou não, mas naturalmente, se acontecer, não concordo", reage Cláudia Fialho, da Associação de Professores de Matemática. "As variáveis são demasiadas para se estar a fazer incidir na avaliação do comportamento de um professor o resultado de uma prova de aferição", considera. "O mesmo professor pode ter um desempenho diferente com alunos distintos".
Os resultados obtidos pelos alunos são um dos critérios que, de acordo com o novo Estatuto da Carreira Docente (ECD), passarão a contar para a avaliação dos professores, com efeitos na progressão das carreiras.
"Seria um descalabro"
No entanto, para Manuel Grilo, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), seria estranho que tal acontecesse já a partir deste ano lectivo com as provas de aferição.
"Possível é, evidentemente; legítimo é evidente que não é, porque não podemos avaliar escolas e professores inseridos em contextos socioeconómicos completamente distintos", afirma.
"Se é possível no imediato? Acredito que este ano isso ainda não vai acontecer. De facto, a possibilidade está lá, no estatuto, mas creio que é provável que o Ministério não queira avançar com isso de uma forma abrupta". Se tal acontecesse, avisa, "seria um verdadeiro descalabro, face às diferenças existentes".
Ao longo da negociação das alterações ao ECD, o tema das notas dos alunos - a par da possibilidade de uma avaliação dos docentes feita pelos pais dos estudantes - foi um dos mais contestados pela generalidade dos sindicatos de docentes, que sempre alertaram para o risco de se comparar o desempenho de estudantes inseridos em meios muito distintos.
O Ministério da Educação não abdicou de manter esta rubrica no ECD, explicando que esta avaliação terá em conta os contextos socioeconómicos em que os professores se inserem, não dependendo apenas das notas."
Ver Artigo Completo (Diário de Notícias)
"Se os resultados não forem divulgados antes do início da aulas, em Setembro, não terá muita importância para o acompanhamento dos alunos se as provas são universais ou por amostra", diz Paulo Feytor Pinto, da Associação de Professores de Português. "Uma importância poderia ser a avaliação dos professores com base nas notas dos alunos. Essa é uma das possíveis justificações para as provas serem universais", considera o docente.
"Não sei se isso vai acontecer ou não, mas naturalmente, se acontecer, não concordo", reage Cláudia Fialho, da Associação de Professores de Matemática. "As variáveis são demasiadas para se estar a fazer incidir na avaliação do comportamento de um professor o resultado de uma prova de aferição", considera. "O mesmo professor pode ter um desempenho diferente com alunos distintos".
Os resultados obtidos pelos alunos são um dos critérios que, de acordo com o novo Estatuto da Carreira Docente (ECD), passarão a contar para a avaliação dos professores, com efeitos na progressão das carreiras.
"Seria um descalabro"
No entanto, para Manuel Grilo, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), seria estranho que tal acontecesse já a partir deste ano lectivo com as provas de aferição.
"Possível é, evidentemente; legítimo é evidente que não é, porque não podemos avaliar escolas e professores inseridos em contextos socioeconómicos completamente distintos", afirma.
"Se é possível no imediato? Acredito que este ano isso ainda não vai acontecer. De facto, a possibilidade está lá, no estatuto, mas creio que é provável que o Ministério não queira avançar com isso de uma forma abrupta". Se tal acontecesse, avisa, "seria um verdadeiro descalabro, face às diferenças existentes".
Ao longo da negociação das alterações ao ECD, o tema das notas dos alunos - a par da possibilidade de uma avaliação dos docentes feita pelos pais dos estudantes - foi um dos mais contestados pela generalidade dos sindicatos de docentes, que sempre alertaram para o risco de se comparar o desempenho de estudantes inseridos em meios muito distintos.
O Ministério da Educação não abdicou de manter esta rubrica no ECD, explicando que esta avaliação terá em conta os contextos socioeconómicos em que os professores se inserem, não dependendo apenas das notas."
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