No Jornal de Notícias de 09/05/2007: "Como avaliar um aluno que chega à escola uma semana antes das férias do Natal e não sabe dizer uma palavra de português? A pergunta foi colocada, ontem, por uma docente da Escola Secundária de Alcochete no Congresso sobre ensino do Português, que termina hoje no Centro Cultural de Belém. Não tendo obtido qualquer resposta da direcção-geral ou do Ministério da Educação, a professora pediu às oradoras se podiam "intervir junto" da tutela.
Os docentes reclamam por formação específica para receberem esses alunos - um apoio que existiu até Dezembro e que a ministra da Educação cortou das iniciativas financiadas pelos apoios comunitários, afirmou, ao JN, Paulo Feytor Pinto da Associação de Professores de Português (APP).
Professores "criativos"
"Não estou aqui para defender ou atacar o ministério", foi a resposta de Simonetta Luz Afonso, mediadora do painel "O ensino do português em contexto multilingue", ao pedido de ajuda. Os professores, que enchiam o auditório não gostaram da resposta. Muitos começaram a abandonar a sala e a tensão cresceu. Mais ainda quando, outra docente da escola básica da Costa da Caparica se manifestou "sedenta por orientações" e defendeu que a Conferência também serve para os "professores colocarem as suas sugestões e críticas". Recebeu em troca uma salva de palmas.
Quando a presidente do Instituto Camões sugeriu a criação de uma plataforma para não se estar sempre "a apelar ao Estado patrão". Paulo Feytor Pinto levantou-se e informou Simonetta Luz Afonso, alto e bom som, que essa plataforma existe há dois anos. As oradoras perceberam então que tinham de amenizar o ambiente - Dulce Pereira e Isabel Leiria, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Maria Helena Mateus da Gulbenkian, alegaram que é preciso tempo para implantar mudanças estruturais e que até lá a iniciativa tem de caber às escolas que poderão pedir mediadores linguísticos e culturais e organizarem-se para solicitarem formação. Depois há muito material didáctico disponível na Internet. Os professores, insistiram, "têm de ser criativos".
Currículos alternativos
"Não vale a pena sentar uma criança ou jovem chinês numa aula de História ou Literatura portuguesa dois meses depois de chegar a Portugal. A desmotivação pega-se facilmente como uma pandemia", afirmou Isabel Leiria. A defesa da criação de currículos alternativos para os alunos estrangeiros como forma de os integrar foi defendida consensualmente.
Dulce Pereira defendeu como fundamental o "diagnóstico" a esses alunos, pois só os docentes sabendo da história linguística e contexto sócio-cultural podem antecipar as suas dúvidas. Já Helena Mateus lançou um apelo ao Ministério da Educação para pressionar as instituições do Ensino Superior a introduzirem línguas não maternas na formação dos professores"
Ver Artigo Completo (Jornal de Notícias)
Os docentes reclamam por formação específica para receberem esses alunos - um apoio que existiu até Dezembro e que a ministra da Educação cortou das iniciativas financiadas pelos apoios comunitários, afirmou, ao JN, Paulo Feytor Pinto da Associação de Professores de Português (APP).
Professores "criativos"
"Não estou aqui para defender ou atacar o ministério", foi a resposta de Simonetta Luz Afonso, mediadora do painel "O ensino do português em contexto multilingue", ao pedido de ajuda. Os professores, que enchiam o auditório não gostaram da resposta. Muitos começaram a abandonar a sala e a tensão cresceu. Mais ainda quando, outra docente da escola básica da Costa da Caparica se manifestou "sedenta por orientações" e defendeu que a Conferência também serve para os "professores colocarem as suas sugestões e críticas". Recebeu em troca uma salva de palmas.
Quando a presidente do Instituto Camões sugeriu a criação de uma plataforma para não se estar sempre "a apelar ao Estado patrão". Paulo Feytor Pinto levantou-se e informou Simonetta Luz Afonso, alto e bom som, que essa plataforma existe há dois anos. As oradoras perceberam então que tinham de amenizar o ambiente - Dulce Pereira e Isabel Leiria, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Maria Helena Mateus da Gulbenkian, alegaram que é preciso tempo para implantar mudanças estruturais e que até lá a iniciativa tem de caber às escolas que poderão pedir mediadores linguísticos e culturais e organizarem-se para solicitarem formação. Depois há muito material didáctico disponível na Internet. Os professores, insistiram, "têm de ser criativos".
Currículos alternativos
"Não vale a pena sentar uma criança ou jovem chinês numa aula de História ou Literatura portuguesa dois meses depois de chegar a Portugal. A desmotivação pega-se facilmente como uma pandemia", afirmou Isabel Leiria. A defesa da criação de currículos alternativos para os alunos estrangeiros como forma de os integrar foi defendida consensualmente.
Dulce Pereira defendeu como fundamental o "diagnóstico" a esses alunos, pois só os docentes sabendo da história linguística e contexto sócio-cultural podem antecipar as suas dúvidas. Já Helena Mateus lançou um apelo ao Ministério da Educação para pressionar as instituições do Ensino Superior a introduzirem línguas não maternas na formação dos professores"
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